O regresso

Retomei o blog num momento em que realmente precisava de desabafar e mostrar as minhas emoções e, depois disso, nunca mais cá voltei - tão típico de mim. Na verdade, este não é o meu primeiro, nem segundo, e talvez nem terceiro blog. O que tem corrido mal? Não sei responder. Acredito que o meu primeiro blog tenha sido o mais bem sucedido - e entenda-se como sucesso o investimento por mim feito - criei-o e partilhei-o numa altura de inspiração, sabia perfeitamente pôr os meus sentimentos em palavras e tenho orgulho em muitos textos que escrevi, pois acho-os - e não é, de todo, por ter sido eu a escrevê-los - bonitos. Mas de um dia para o outro parece que começou a ser cada vez mais difícil descrever as minhas emoções, daí tantas tentativas falhadas para voltar a este mundo dos blogs que em tempos tão bem me fez. Infelizmente, não fiquei com nenhuma cópia dos textos escritos no passado, gostava de os deixar aqui, tornar o blog mais bonito, e acima de tudo mais pessoal, e tinha esperança que me trouxessem de novo inspiração - desta forma, terei de a encontrar de outra maneira.
Desde que começou a quarentena que dizia a mim própria que tinha de aproveitar para retomar a escrita, mas a verdade é que continuo o meu horário de trabalho normal e por isso as horas ganhas não foram muitas - claro que sei que isto é apenas uma desculpa, mas tento não me culpar pois tenho aproveitado para investir noutras atividades que me dão prazer e que também andavam negligenciadas, como é o caso da leitura. Acontece que depois de um fim de semana inteiro a ler as palavras de outros, comecei finalmente a ganhar vontade de escrever as minhas, e por isso aqui estou. No entanto, e como é visível, não estou de todo inspirada e estou apenas a escrever palavras soltas para explicar o que ninguém perguntou. No entanto, gostava mesmo de começar por aí, por explicar. A primeira publicação que fiz apareceu sem qualquer contexto, sem qualquer introdução à minha pessoa e numa altura em que já ninguém esperava textos de Natal. O que acontece é que de vez em quando a minha inspiração dá ares de si e foi o que aconteceu na noite de Natal, sozinha no sofá da sala acabei por escrever o que sentia no bloco de notas do telemóvel. Na altura serviu para me sentir um pouco melhor, acredito que a escrita acaba por ter efeitos terapêuticos. Mais tarde comecei a sentir necessidade de voltar a estas páginas e de partilhar o que estava guardado apenas para mim. Agora, com os meus sentimentos partilhados para todos, mesmo que ninguém leia, que ninguém comente, tenho uma sensação mais pura de desabafo.

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